quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

O QUE FAZER PARA AJUDAR OS JOVENS

O que Fazer Para Ajudar os Jovens

Você se lembra da fábula do sapo asqueroso que na verdade era um lindo príncipe? Tudo o que ele necessitava para quebrar o encanto era ser beijado por uma linda jovem. Mas que linda jovem iria se deter para beijar um sapo feio? Obviamente alguém que parasse para conhecê-lo. 
É verdade! A única forma de ajudar os jovens a edificarem sua vida espiritual é parar, ouvir e tornar-se um amigo confiável e então pessoalmente demonstrar os remédios de Cristo para as necessidades deles. 
Tenho pesquisado centenas de adolescentes e jovens, tentando descobrir deles o que os líderes podem fazer para estabelecer um tipo de clima que torne possível a Deus fazer grandes transformações. Dessas conversas obtive cinco conselhos principais: (1) ser um modelo daquilo que deseja que eles se transformem; (2) estabelecer uma atmosfera de amizade; (3) conhecer o que eles estão passando; (4) lembrar que cada jovem é um ser individual; e (5) lembrar que você está aqui para servi-los. 
Ser um modelo 
Ser um modelo daquilo que você deseja que os jovens se tornem. Nada pode substituir nossa dedicação pessoal a Cristo. Os jovens não estão tão interessados em fatos sobre Jesus, quanto na história do que Jesus significa para você. Eles estão observando para descobrir se seu cristianismo é algo que vale a pena experimentar. Paul Littlle diz, “Nós próprios devemos estar convencidos da verdade que proclamamos. Do contrário não convenceremos de todo a outra pessoa.” 
Quanto mais você experimentar as alegrias do crescimento cristão, mais sentirá que Deus o está conduzindo na direção de soluções criativas em seu Ministério Jovem. Veja, os jovens não são motivados por cristãos de “tempo parcial”. Eles estão ansiando por líderes que sejam verdadeiros, cujo cristianismo seja uma amizade prática e diária com Jesus. Os jovens estão profundamente cientes da justiça e injustiça da vida. Eles estarão observando para se certificarem de que cristianismo inclui um senso bem desenvolvido de justiça. 
Roger Dudley apresenta a questão da seguinte maneira: “Não é nossa responsabilidade impor nossos valores sobre os jovens, Nossa responsabilidade é modelar nossos valores de modo tão atrativo que esses jovens não possam deixar de ver que eles são vastamente superiores à competição e livremente os escolher”. 
O Ministério Jovem é uma responsabilidade exigente, e é muito fácil ficar tão preso às atividades e expectativas que se negligencia o relacionamento com Deus. O jovem capta rápido e embora os programas possam continuar em seu ritmo, você terá comprometido sua influência. 
Por outro lado, quando você se lembra que não está realizando sua própria obra, mas está seguindo a dEle, os jovens verão a sua autenticidade e serão responsivos. Para inspirar espiritualmente, seja espiritual; seja transparentemente dEle. 


Ser amigo 
A amizade verdadeira é a chave para o sucesso de qualquer líder de jovens. Se nossos olhos, ouvidos, coração, pés e joelhos estão abertos e dedicados a atender as necessidades de nosso jovens, estamos verdadeiramente servindo a eles como amigos. Em nossa vida eles verão então um modelo de Cristo, uma pessoa que está vivendo o amor do Pai para os outros. 
Como podemos fazer isso eficazmente? As seguintes possibilidades são apenas sugestões para iniciar. 
1. Separe tempo para eles. 
Planeje, pelo menos alguns minutos a cada dia, quando você não faz outra coisa além de trabalhar com os jovens. Esse não é um tempo para sentar, estudar e planejar. É tempo para estar com um ou mais jovens pessoalmente ou por telefone. É tempo para centralizar-se na amizade. Sua conversa pode incluir um planejamento para uma festa em junho no dia dos namorados. Mas vocês provavelmente passarão mais tempo falando sobre a pizza, no dia dos namorados, no jantar ou na música para esse dia. 
2. Sua casa, mesmo simples, é o melhor lugar. 
Convide os jovens para irem a sua casa. Não há necessidade de fazer um grande banquete ou prover qualquer entretenimento maravilhoso. Apenas abra as portas de seu lar com uma tigela de pipocas, mostre seu álbum de fotografias e abra o seu coração aos jovens. Seja amigo. 
3. Estar livre, mesmo no estacionamento, é sensato. 
Leve-os para sair, longe da TV, do barulho, longe da igreja, em algum lugar diferente e o mais natural possível. Será muito mais fácil conhecer mais dos jovens quando estes estão ao ar livre. Quando estiverem nesse local, partilhe uma experiência de como você está crescendo em Cristo. De alguma forma, é mais fácil de crer quando se está ao ar livre. Esta experiência pode incluir um acampamento, ou simplesmente um dia em um parque local. Deixe que os jovens escolham o local, planejem o programa e preparem o cardápio. 
4. O que é seu, também é deles. 
Você deve estar disposto a ser usado para uma ampla variedade de necessidades. Se os jovens perceberem que você é confiável, irão procura-lo quando tiverem necessidade de ajuda. Irão perguntar se você pode lhes emprestar um real, e ficarão felizes se você puder levá-los em algum lugar que necessitam. 
5. Com os óculos deles você enxerga melhor. 
Eu sei que pode ser detestável a idéia de outro jantar a base de pizza, mas desde que não comprometa seu testemunho por estar presente, esteja onde os jovens estão. Aprecie as coisas da maneira deles. 
6. Fique ligado nas necessidades deles. 
Os jovens possuem muitas necessidades especiais, necessidades que você e o Senhor podem atender satisfatoriamente. Mantenha os olhos e os ouvidos abertos para os sinais destas necessidades. Se você está orando para que Deus lhe revele estas necessidades, estará sempre fazendo malabarismo com dezenas de desafios que eles vão apresentar. 

Estar atento 
A adolescência pode ser extremamente traumática! É um período de crise, de reavaliação de tudo, da busca de significado. Para o jovem cristão é também um período de crise da fé, quando tudo o que sempre creram está em julgamento. 
Você precisa estar em sintonia com as crises de fé pessoais de seus jovens. Cada um responderá de uma maneira um pouco diferente nessa ocasião. Cada um necessitará de seu apoio de uma forma criativa e individual. A chave é simplesmente estar atento ao que está acontecendo e estar aberto e disponível. 
Charles Shelton (Adolescent Spirituality) relaciona oito forças com as quais os jovens se relacionam durante essa “crise de fé”. 
1. Pressão do grupo 
É uma das maiores barreiras para tomar a devida decisão ética. A decisão de rebelar-se contra a religião organizada é reforçada pelo grande número de colegas que Já fizeram essa opção. 
2. Alienação institucional 
Os jovens estão mais interessados nas formas de relacionamento pessoal de culto do que nas grandes instituições, nos grandes cultos ou programas da igreja. Quando você está ciente disso, pode compreender melhor quando os jovens expressam insatisfação para com a “igreja”, lançam pedras verbais contra a escola e se distanciam de seus programas. Sua compreensão o levará ajuda-los a descobrirem alternativas na igreja institucional, formas criativas para mantê-los como parte da “igreja” de forma satisfatória. 
Os jovens são muito idealistas e gostam de estar envolvidos nas causas sociais. Se você os ajudar a se centralizarem nas necessidades dos pobres, ajuda-los a trabalhar pelos famintos em sua comunidade, ou conduzi-los a atuarem em alguma outra ação social, você os verá interessados, envolvidos e mesmo entusiasmados. 
3. Distanciamento dos pais. 
Nos anos da adolescência a maioria dos jovens estão afoitos para tentar descobrir quem são e onde se encaixam na vida. Isso ocorre também na área da fé pessoal. Embora a fé dos pais seja um fundamento para a busca, cada jovem deve desenvolver agora uma compreensão do que Deus significa em sua vida. 
É importante que você encoraje a necessidade deles de independência, e ao mesmo tempo desencoraje os sentimentos de que seus pais são antiquados. Ajude-os a compreender porque seus pais ainda desejam estar envolvidos na vida deles. Ajude os pais a compreenderem porque os adolescentes estão desejando independer-se de toda a autoridade paterna. 
4. Rebelião. 
Algumas vezes o processo de “encontrar o meu eu” assume uma direção que o psicólogo Erickson chama de “identidade negativa”. A maioria dos líderes de jovens simplesmente chamam-na de rebelião. Você pode ser um fator-chave nessas vidas ao aceitar os rebeldes para desenvolver os adultos que eles realmente serão, e ajuda-los a encontrar cominhos criativos e aceitáveis para sua rebelião. 
5. Busca de significado. 
Lembre-se que esse processo é saudável! Os jovens tem que responder agora às grandes questões da vida de forma honesta e cuidadosa. Você é privilegiado por estar exatamente ai para ajuda-los a articular essas respostas no contexto do amor de Deus e Sua vontade para a vida deles. Planeje alguma de suas atividades para abrir espaço para a discussão de tópicos tais como “a vontade de Deus”, “a missão do cristão”, “o cristão e a política”, a resposta de Deus ao faminto”, e como ouvir a voz de Deus. 
6. Desilusão. 
Os jovens vêem os fracassos dos adultos e se questionam até que ponto o sofrimento da vida compensa. Os jovens religiosos vêem a hipocrisia, o orgulho, a inveja e outras obras do pecado que anuviam a vida dos membros da igreja, e perguntam, ”Por que se preocupar?” Essa pergunta lhe dá uma grande oportunidade para responder com amizade e amor, em uma discussão aberta, sobre o caráter de Deus. Não tenha medo de falar de alguns renegados como Pedro, o rei Manassés, Moisés e pessoas da igreja que tem passado por experiências difíceis. 
7. Dificuldade pessoal. 
Os adolescentes tem que crescer em um mundo feio e confuso. Muitos são procedentes de lares onde os conflitos são difíceis e constantes e suas inseguranças emocionais simplesmente não os encorajam a fazer um compromisso de fé com Deus. Os jovens que estão enfrentando grandes dificuldades pessoais muitas vezes necessitam mais curativos de amor do que grupos de oração e sermões. 
8. Meio ambiente. 
As preocupações com as coisas espirituais raramente estão no topo dos tópicos de discussão nos grupos de adolescentes. Na verdade, a maioria dos jovens parece bem satisfeita com o fato de ser absorvida pelas pressões culturais do “viva hoje”. Essa verdade lhe dá o desafio de ajudar os jovens a olharem a sua cultura de forma tão crítica quanto a igreja. Uma perspectiva crítica, que está sempre honestamente levantando questões baseadas no por que será um grande trunfo ao surgirem desafios ainda maiores. 

Estar atento à individualidade deles 
Lembre-se que cada jovem é um indivíduo. Não espere que todos os jovens reajam da mesma forma às idéias, programas e mesmo em relação a sua pessoa. Deus criou cada jovem como alguém diferente, único e especial. 
Cada jovem com quem trabalhamos está mudando em uma proporção singular. Cada um está no processo de descoberta pessoal, mas está descobrindo as coisas em tempos diferentes. Sua responsabilidade é amar a cada um pelo que ele realmente é, e ser um amigo pessoal e confiável. Você também necessita planejar as atividades que abarcam os interesses e personalidades de cada jovem no grupo. 

Estar pronto a servi-los 
Lembre-se que a razão de sua liderança é servir os jovens. É sempre uma tentação para os líderes estarem mais preocupados com sua reputação pessoal e sucesso do que com o crescimento espiritual dos jovens. Contudo, os grandes líderes de jovens trabalham para tornar os outros pessoas integras, ao ampliar-lhes a visão e o propósito do que teriam por si mesmos. 
Isso ocorre de forma melhor quando você vê a si mesmo como um servo de Deus, e portanto também um servo dos jovens. Essa abordagem lhe torna possível deixa-los tomar muitas decisões com respeito às atividades dos jovens enquanto ao mesmo tempo desafia-os a assumirem as responsabilidades pelas conseqüências de suas decisões. Isso lhe dá o privilégio de apoiar os jovens enquanto se transformam nas pessoas que Deus deseja que sejam. 
Richard Duerksen 
Elder´s Digest, No. 9, p. 1-4.

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